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Predador: Terras Selvagens da um novo rumo para a franquia

Predador: Terras Selvagens estreou no último fim de semana e já quebrou recordes da franquia, tornando-se a maior abertura cinematográfica da saga Yautja. Inicialmente, as previsões de bilheteria apontavam US$ 30 milhões no mercado estadunidense e US$ 60 milhões mundialmente, mas o longa superou as expectativas, alcançando US$ 40 milhões nos Estados Unidos e US$ 80 milhões em todo o mundo.

As avaliações também estão bastante positivas. No Rotten Tomatoes, o filme possui 85% de aprovação pela crítica e impressionantes 95% pelo público geral. Já no IMDb, a obra registra uma nota 7,6 de 10.

Apesar da recepção favorável em geral, o novo filme dos maiores caçadores da galáxia não escapou de críticas — especialmente de fãs que alegam que o Predador perdeu sua essência e está mais “bonzinho”. Será que essa análise faz sentido? Vamos refletir sobre isso com um olhar de quem é fã dos Yautja e já assistiu ao filme.

Atenção: Este texto contém spoilers sobre o filme!

As reclamações se concentram basicamente em três pontos:

  • O Predador está menos imponente;
  • Está mais “bonzinho”;
  • Faltou a atmosfera de terror.

Sobre o Terror

Sem dúvida, este filme é menos assustador e possui menos elementos de terror em comparação com os anteriores. No entanto, isso se explica pelo fato de que, desta vez, acompanhamos a perspectiva do Predador, e não a de humanos sendo caçados. Se o clássico de 1987 tivesse sido filmado do ponto de vista do Yautja, todos os elementos de terror desapareceriam. Portanto, a perspectiva altera completamente a experiência do filme.

O Predador está mais “bonzinho”?

Muito se falou que Dek, o Predador protagonista, é “muito bonzinho”, pois faz aliados ao longo da trama — incluindo uma android e um alienígena — e, no final, segue unido a eles como um clã — termo inclusive usado pelo próprio personagem. Isso foi tratado por parte do fandom como uma “Disneyficação” do Predador, culpando a Disney por suavizar sua natureza. No entanto, alianças entre Yautjas e humanos (ou outros seres) já ocorreram antes. Em Alien vs. Predador (2004), por exemplo, o Predador Scar alia-se à humana Alexa para enfrentar a rainha dos Xenomorfos. No desfecho, Alexa ainda recebe uma lança de um Yautja ancião como reconhecimento por sua bravura.

Além disso, é possível explicar esse comportamento por uma razão simples: os Yautjas, assim como os humanos, possuem sociedades, culturas e religiões distintas. Em Predadores (2010), somos apresentados aos Super Predadores, uma subespécie mais violenta e menos apegada aos códigos de honra. E, mesmo dentro de uma mesma sociedade Yautja, existem individualidades — personalidades variam entre os indivíduos, diferentemente dos Xenomorfos, que agem como um organismo de colmeia.

O Predador é menos imponente?

Esse talvez seja o aspecto mais fácil de justificar. Ao acompanharmos a jornada de Dek, percebemos que ele não é tão habilidoso quanto outros Yautjas já retratados na franquia. A razão é simples: Dek é mais jovem e inexperiente, não possuindo as mesmas habilidades de caçadores mais veteranos de sua espécie. Isso, porém, não o torna incapaz. Mesmo com menos experiência, ele ainda demonstra ser um grande guerreiro e extremamente talentoso.

Para quem considerou o filme “leve” devido à classificação indicativa, vale lembrar que Alien vs. Predador também era classificado a partir de 14 anos. Além disso, logo no início de Predador: Terras Selvagens, o pai de Dek mata seu próprio irmão na frente dele, o que contradiz a ideia de que a obra é excessivamente amenizada.

Conclusão

No fim das contas, Predador: Terras Selvagens apenas explora elementos já presentes no universo Yautja. Nada foi inventado — apenas reorganizado nessa nova trama. Pode agradar ou não, mas nada do que é mostrado no filme está desconectado do cânone da franquia.

Por fim, o longa entrega ação, expande o universo Yautja, conecta-se com o universo de Alien e oferece uma nova perspectiva com um Predador como protagonista. Para quem ama essa saga e está aberto a novos pontos de vista, o filme certamente será uma experiência válida.

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