Dying Light: The Beast foi, sem dúvida, um golaço da Techland. Inicialmente planejado para ser uma DLC de Dying Light 2, acabou se tornando um jogo independente — ainda que com conexão direta e elementos de jogabilidade herdados do segundo título.
O Retorno do Protagonista
Dying Light: The Beast traz de volta Kyle Crane, protagonista do primeiro jogo, cuja ausência em Dying Light 2 foi sentida pelos fãs — principalmente pelo mistério em torno de seu destino. A última informação que tínhamos era que ele havia deixado a Zona de Quarentena de Harran como um Volátil, sugerindo que estaria vagando pelo mundo como um infectado. Agora, descobrimos que Crane não apenas sobreviveu, mas também manteve a consciência após a transformação, não se tornando uma criatura movida apenas por instinto.
Outros Rostos Conhecidos
Além de Crane, o jogo reintroduz Aiden e Spike — sendo este último o único personagem presente em todos os três jogos da série. Em Dying Light 1, Spike atuava como intendente, fornecendo equipamentos; no segundo, assumiu o papel de mentor de Aiden. Agora, ele reaparece em um contexto surpreendente: como prisioneiro.
Jogabilidade e Gráficos
Por ter sido concebido como uma DLC, o jogo mantém a base de jogabilidade do segundo título, porém com refinamentos que tornam a experiência mais fluida — especialmente no combate, que ganhou desmembramento e violência extremos (um excelente acréscimo para um jogo de zumbis).
Graficamente, é o melhor da franquia até agora, com atenção meticulosa aos detalhes e total aproveitamento do poder dos consoles atuais. Isso não diminui os predecessores, mas evidencia uma evolução técnica nítida.
Atmosfera
Este é, sem dúvida, o jogo mais assustador da série. A ambientação e a atmosfera foram elevadas a outro patamar, fazendo com que o jogador evite confrontos com os infectados — especialmente à noite. O título explora ao máximo o medo do escuro, aspecto sempre marcante na franquia, tornando a sobrevivência uma experiência tensa e imersiva.
O Mapa
Talvez o ponto de menor destaque seja o tamanho do mapa — comparável à área das favelas de Harran, o que o torna o menor da série. Apesar disso, a densidade e a variedade de locais para explorar compensam a extensão reduzida. O jogo aproveita ao máximo cada espaço, garantindo que o ambiente nunca se torne monótono.
História
A narrativa se conecta diretamente ao final da DLC The Following do primeiro jogo. Após escapar de Harran à beira da transformação, Crane manteve sua humanidade, despertando o interesse de corporações que o enxergavam como a chave para uma evolução híbrida entre humanos e voláteis.
Capturado e submetido a 13 anos de experimentos brutais sob ordens do misterioso Barão, Crane finalmente consegue escapar — e assume uma jornada de vingança que nos leva a explorar Castor Woods, buscar recursos, armas e aliados.
A trama, embora pareça clichê à primeira vista, é repleta de reviravoltas bem construídas, com um peso emocional palpável nas falas e expressões de Crane — especialmente para quem acompanha a saga desde o início.
As missões secundárias muitas vezes carregam impacto emocional ainda maior, explorando histórias paralelas que aprofundam o sofrimento e a luta pela sobrevivência naquele mundo.
O Vilão
O Barão surge como um antagonista à altura: sádico, impiedoso e sem remorso, ele cumpre perfeitamente o papel de vilão marcante — especialmente para os fãs de longa data da franquia. Mesmo com pouco tempo de tela, toda a sua aparição é carregada de presença; e quando ele finalmente aparece, rouba a cena completamente — em especial durante o arco final do jogo, onde sua influência e crueldade atingem o ápice.
Os Troféus
Para os caçadores de conquistas, obter a platinha em Dying Light: The Beast é uma tarefa factível e satisfatória. A maioria dos troféus envolve encontrar coleicionáveis, explorar locais e cumprir metas progressivas — nada excessivamente maçante ou frustrante.
Veredito
No geral, Dying Light: The Beast entrega o melhor da franquia em atmosfera, jogabilidade e gráficos. Seu único ponto menos expressivo é a extensão do mapa e da campanha, menores em comparação aos títulos anteriores. Ainda assim, o jogo aproveita cada centímetro de seu mundo e conta uma história excelente, coerente e emocionalmente carregada — fechando com chave de ferro um capítulo essencial para os fãs da série.

